A Rua das Oito Mulheres

Esse fato aconteceu em 2005 no mês de março. Eram mais ou menos umas dezoito horas. Estavam presentes a Iza, Eliete, José, Joana, Dalila, Marlene, Silvana e Silmara. Iza esperava seu esposo que estava fora de casa desde quinta-feira.

No sábado, era o aniversário do sobrinho de Iza. Ela não estava disposta a ir ao aniversário do sobrinho, mas, quando chegou a tarde, ela disse: “vamos Eliete, com as crianças, depois minha sobrinha nos traz e seu tio já está lá”. (O tio no caso é o marido de Iza). Nos arrumamos e saímos.

Quando estávamos quase perto do terminal, seu marido vinha descendo a rua. Alegremente, Elizete disse ao tio: “por que você veio nos íamos pra lá, já que você estava lá desde quinta-feira”. Ele simplesmente bêbado ordenou para que todos voltassem e para que Iza voltasse para casa. Ela reclamou um pouco, mas logo voltou.

Eu disse a ela que iria ligar para sua irmã e avisar que não íamos mais. Fui até o “orelhão”. Quando cheguei lá, ouvi um tapa. Minha filha veio me chamar correndo, porque o tio estava batendo na Iza e que ela havia pedido para me chamar. Eu já estava quase desligando quando falei para a Marli (irmã de Iza) para vir o mais rápido possível.

Quando desci até a casa da Iza ela estava do lado de fora do portão e ele tentando fazer com que ela entrasse. A rua já tinha muita gente. Disse a ele para que a deixasse em paz e que entrasse. Neste mesmo tempo, as mulheres já estavam todas perto. Ele voltou a bater nela, e, eu fui tentar tirá-la dele. Ele me empurrou. Foi quando uma das mulheres lhe deu um chute, outra deu uma paulada, a outra borrachada, até que ele caiu no chão.

Aí pegamos a Iza e a colocamos no carro e mandamos para casa de sua irmã e depois o deixamos no chão. Cada um foi para sua casa. Os homens nos chamavam e ainda chamam de “Mulheres Valentes” da rua das oito mulheres.

Ninguém se mete a besta conosco!

⃰Relato de um caso verídico pela educação de Campinas na aula sobre Violência Doméstica do TDC2

Compartilhe esta notícia: